21 julho 2009

A doutrina da predestinação admite que há dois grupos distintos para Deus. Os eleitos e os não-eleitos. Os primeiros são uma espécie de escolhidos por Deus para a vida eterna enquanto o segundo grupo são uma espécie de escolhidos por Deus para a morte.

A primeira vista parece até fazer sentido essa idéia já que a doutrina de que há um inferno literal onde almas estão queimando desde os tempos antigos é uma doutrina que vem sendo passada de geração em geração como se fosse uma verdade. O que não é. Sendo assim, tendo essa outra falsa doutrina em vista, faz sentido acreditar que existem escolhidos por Deus para vida e outros para morte. (Para conhecer melhor o assunto morte e inferno, sugiro a leitura dos artigos “O que creio sobre a morte I”, “O que creio sobre a morte II” e “Cuidado com o fogo do Inferno”, todos do blog do Professor Gilson Medeiros. Basta clicar no titulo do post que você será redirecionado para o blog, ou então, clique aqui.)

Mas será que é mesmo isso o que a Bíblia fala sobre o futuro das pessoas?
Em primeiro lugar, é necessário entender que não se pode firmar uma doutrina em um texto apenas e que também é necessário estudar tudo o que a Bíblia fala sobre um assunto em específico para saber qual é a verdade sobre ele. A própria Bíblia aconselha que seja assim, basta ler em Isaías:

(Isaías 28:10) - Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali


Ou seja, para entendermos um assunto, devemos pegar tudo o que se fala sobre aquele assunto e estudar, guiados pelo Espirito Santo, a fim de encontrar a verdade.

O problema da doutrina da predestinação é que ela se baseia nos textos que falam sobre uma predestinação diferente. Há a palavra “predestinados” na Bíblia. Mas o contexto é o de que cada ser humano foi predestinado a ser salvo. A doutrina da predestinação, porém, nega que um homem possa decidir ou não servir a Deus. E aí mora outro problema. Pois a Bíblia diz que cada ser humano foi predestinado a ser salvo mas nem todos serão por que nem todos aceitarão o que Deus fez.

O ensino é claro: “Todo o que crer”. Leia:
(João 3:16) - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Ou seja, não está escrito “para que todos sejam salvos” mas “todo aquele que nele crê”. Neste caso, existem papéis distintos neste caso. Uma coisa o homem não pode fazer e a outra Deus não fará. O papel de Deus foi feito. O homem não pode morrer pra se salvar. Jesus fez isso. Deus não pode decidir por ninguém, cada pessoa deve decidir se aceita a salvação ou não. Deus não irá forçar pois “Deus é amor”(I Jo. 4:8). Quem ama não força a pessoa amada a fazer nada. Deus espera pacientemente que cada um decida.

A Bíblia também é clara em dizer que Deus não tem prazer na morte do perverso (cf. Ez. 33:11). Outro forte contraste com a doutrina da predestinação que afirma categoricamente que Deus escolheu alguns para matar. Se assim fosse, Pedro não teria escrito que Deus é “longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça senão que todos cheguem ao arrependimento.” (cf. II Pe. 3:9). Basta ler.

O maior problema da doutrina da predestinação é que ela dá margem para dizer que Deus é o culpado pela morte das pessoas que não viverão quando a maior promessa, a da vida eterna, vier ao homem. Em realidade, aí está outra coisa com a qual a tal doutrina bate de frente. A pergunta que fica é: Se há predestinação, pra que um juízo final? E o que dizer dos vários textos que dizem que Deus retribui a cada um conforme as suas obras? Na Bíblia não tem nada escrito de que Deus retribuirá a cada um conforme a eleição.

E finalmente, um outro problema da predestinação é o ego. Estufar e bater no peito dizendo “Sou eleito de Deus e por isso serei salvo”. Que contraste com o real caráter do filho arrependido de Deus. Aquele que aceitou a Salvação não por que pensou ser eleito mas por que viu que é pecador e que Cristo morreu por ele! Buscou forças para, em humildade, se achegar ao Criador e Dono de tudo pedindo perdão pelos pecados. Não dizendo “Sou eleito, portanto, me aceite” mas pedindo desculpas pelos erros e ajuda para não errar.

Não posso terminar esse post sem dizer que a predestinação mais afasta o homem de Deus do que o leva em direção ao Criador. O predestinado tende a pensar que, uma vez salvo, sempre salvo. Não se preocupa, então, em viver uma vida santificada, ou seja, separada para Deus. Já que não importa o que aconteça, ele já está salvo.

Quero deixar um exemplo final para melhor entendimento.
Imagine um óculos. Ele foi predestinado para ir ao rosto de alguém para lhe recobrar a visão. Este mesmo objeto, porém, pode ser deixado em uma caixa, colocado sobre uma mesa, jogado em um copo com água. Enfim, são infinitas as opções. Mas ele foi predestinado para ir ao rosto e dar visão a alguém que não enxerga direito. Assim também é o homem. Cada ser humano foi predestinado a ser salvo. Em contrapartida, nem todo humano será salvo exatamente por que não fez aquilo para o que foi criado.

Jesus mesmo disse:
(Mateus 11:28) - Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

TODOS, ele disse e não “os eleitos”. Se você, leitor deste blog, se sente mal, não pense que Deus o abandonou. Ele quer o melhor para você. Deposite sua confiança nEle.
(Salmos 37:5) - Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele tudo fará.

A mensagem bíblica é essa: Deus deu ao homem um direito. O direito de escolher a vida ou a morte. Ele é poderoso e longânimo para perdoar o pecado de qualquer coração sincero que a Ele se achega em humilde suplica de perdão. A vida é para todo aquele que aceitar a Cristo como Salvador. Graça é dom imerecido! Sendo eleito, é por que mereceu e isso é anti-bíblico.

Que Deus te abençoe.

1 comentários :

Anônimo disse...

Como diriam os franceses, très bien!