17 março 2013

Na ultima postagem, comentava sobre Daniel 8. Entretanto, deixei de comentar sobre dois versículos em especial. São estes:
13 Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão relativamente ao holocausto contínuo e à transgressão assoladora, e à entrega do santuário e do exército, para serem pisados?
14 Ele me respondeu: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; então o santuário será purificado.

O verso 13 fala sobre uma tal de "transgressão assoladora". A respeito do assunto, Jesus comentou em Mateus 24:15
15 Quando, pois, virdes estar no lugar santo a abominação de desolação, predita pelo profeta Daniel (quem lê, entenda),

Jesus coloca o evento no futuro (quando virdes). É relevante comentar isto pois há quem diga que o verso seguinte que fala sobre as duas mil e trezentas tardes e manhãs refere-se a 1.150 dias e que se cumpriram com Antíoco Epifânio.

A respeito de Antíoco Epifânio é interessante destacar alguns pontos:

A natureza do chifre pequeno rejeita Antíoco como sua identidade:
a) Grandeza comparativa do chifre pequeno.
O verbo “engrandecer” (GADAL) aparece somente uma vez em relação com a Pérsia e somente uma vez com relação a Grécia. Porém, aparece 3 vezes relacionando-se ao chifre pequeno. Mostra-se que o chifre teria um poder progressivo e crescente, até o tempo do fim (vv. 17, 19, 26).

b) Atividades do chifre pequeno: conquistas, atividades anti-templo.

c) Fatores de tempo para o chifre pequeno: origem, duração, fim.
Antíoco permaneceu no poder por pouco tempo (de 175 a.C. até 164/3 a.C.). Era o 8º de uma dinastia de mais de 20 reis selêucidas.

d) Natureza do chifre pequeno – conforme a profecia, este chifre seria “quebrado sem esforço de mãos humanas” (v. 25). Isto mostra a maneira singular com que o chifre seria derrotado. Ou seja, o próprio Deus intervirá para colocar um fim à perseguição de Seu povo, produzida por este poder blasfemo e arrogante. O que não ocorreu com Antíoco, que morreu de causas naturais durante uma campanha pelo Oriente.

e) Origem do chifre pequeno.
Como mencionado acima, há um problema na tradução do início do verso 9, pois o original hebraico afirma que o chifre pequeno sairia “de um deles”, fazendo referência aos 4 ventos citados no final do verso 8.
A tradução correta do texto sugere que o chifre pequeno sairia de um dos 4 ventos, ou seja, de um dos 4 pontos cardeais. Roma veio do lado Oeste, e cumpre todos os demais requisitos para que o chifre pequeno seja identificado com sua fase papal, principalmente.

[...]as línguas escritas apresentam a ideia básica de concordância de gêneros. Ninguém diz: “Minha tia é bonito”, por exemplo. Masculino concorda com masculino e feminino com feminino. Essa constatação óbvia nos ajuda a entender melhor o que Daniel escreveu. Em Português, tanto “chifres” como “ventos” são palavras masculinas, o que torna a expressão “de um deles” dúbia. Mas na língua original, a palavra correspondente a “chifres” é feminina, enquanto as demais são masculinas, o que não deixa dúvidas quanto ao fato de que o chifre pequeno surge de um dos quatro ventos (C. Mervin Maxwell, Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel, pág. 158)
Assim, podemos ver claramente que Antíoco Epifânio não cumpre a profecia e que o cumprimento da mesma se refere a tempos distantes pois o próprio Cristo, que veio ao mundo muitos séculos depois, tratou do assunto como estando ainda no futuro.

O assunto das duas mil e trezentas tardes e manhãs será abordado na próxima postagem. Fique de olho.

Que Deus te abençoe.

0 comentários :