Deus e o barro

Você já deve ter visto o relato da criação. Se não, leia Gênesis 1 e 2. Dê uma ênfase à parte em que Deus cria o homem. Ele o faz. Põe a mão na massa literalmente!

Agora, imagine-se com um pedaço de argila molhada em suas mãos. Aquela argila usada por oleiros ao fazer jarros, bacias, vasos e outras coisas mais. Você tem um plano: Deve esculpir um homem. Como você faria? Procuraria fazer o mais parecido possível com a realidade? Faria de qualquer jeito? Faria o seu melhor? O que você faria?

Quando Deus criou o homem, Ele o fez à sua imagem e semelhança. Definiu cada detalhe. Por menor que fosse. Não deixou faltar nada. Absolutamente nada.

Voltemos à argila em suas mãos:
Digamos que, agora, este bonequinho que você fez ganhe vida. Não foi você quem a transmitiu pois você não tem esse poder. Mas como é uma situação imaginária, digamos que esse bonequinho simplesmente viveu. Agora você tem o dever de lhe comunicar o por que ele está vivo e o que deve fazer. Afinal, toda criação tem um propósito!
Qual será o seu dever? Onde ele deverá ficar? Ele terá de cumprir com alguma regra? Multiplicar-se-á?

Estou falando disso por que, como programador, sei o que é uma lista de coisas a se fazer pois é exatamente isso que faço ao escrever algum programa. Tem todo aquele “se isso ... então aquilo” ou “enquanto isso ... fazer aquilo outro” e por aí vai.
Eu dou as ordens, o computador obedece. Uma das coisas que aprendemos é que o computador é burro! Temos que ensinar pra ele o que ele deve fazer senão ele não fará!
E o homem? É burro?
Bem, o homem tem a capacidade de raciocinar. A chamada razão. Por isso, tem em suas mãos o poder de decisão. E isso é uma dádiva que Deus deu ao homem e a todos os seres que criou: A escolha.
O computador, quando eu programo, não tem escolha. Ele faz do jeito que mandei e ponto final. O ser humano foi dotado com esse dom de escolher.

Voltando ao bonequinho de barro:
Você lhe deu ordens. Disse o que ele deveria fazer e o que não deveria fazer. Agora o deixa viver por conta própria ou vai visitá-lo regularmente para ver como ele está?

Como programador, tenho o dever de escrever um programa que não tenha problemas. Apesar de tudo, eles surgem quando se tenta uma versão final de um programa. Assim, os erros são corrigidos e o programa fica mais funcional. O programa, porém, não tem poder de escolha. Sou eu quem dito as regras. Ele simplesmente cumpre. Ao homem, Deus deu essa liberdade de escolha. Se o homem precisar de ajuda, Deus o socorre. Se o homem não precisar de ajuda, Deus se alegra junto com o homem. No relato de Gênesis, vemos Deus indo ao jardim e até procurando o homem que havia se escondido dEle. Você iria visitar o seu bonequinho de barro? Conversaria com ele? E se ele não quisesse mais a sua ajuda? Mesmo você sabendo que o que ele está fazendo é errado e tenha toda a vontade que se possa imaginar de o ajudar, o que você faria?

Estou usando essas alegorias para fazer com que você medite sobre o que Deus tem feito por nós. Homem algum deixa um animal de estimação desamparado. Se ele pede socorro, a pessoa lhe oferece o melhor prontamente. Se um pai ou mãe ouve um pedido de socorro de um filho, não medem esforços para o socorrer. Será que com Deus é diferente? Claro que não!
Deus é quem está mais interessado no nosso bem estar. Afinal, Ele é nosso Pai!
Ele nos criou, disse o que podemos e não podemos fazer, e só espera que sejamos obedientes. Não nos obriga a nada e é tão amoroso que, se erramos e, arrependidos, voltamos atrás e pedimos perdão, Ele não nos recebe com um pedaço de pau na mão com cara de mau dizendo: “Vem cá que quero te ensinar uma lição”. Ele nos recebe de braços abertos! E ainda festeja por que a sua decisão foi a melhor!

Deus não quer uma obediência por medo. Ele quer o nosso amor. Espera o nosso amor. Mas o amor é uma decisão. É com atos que se demonstra o amor e não com palavras. É muito fácil dizer “Eu te amo”. O difícil é viver “Eu te amo”. Ainda mais quando se fala do Reino de Deus, onde pessoas querem mais fazer suas vontades do que a vontade de Deus. É quase como a frase de Bruce Nolan, o personagem de Jim Carey no filme “O Todo Poderoso” onde ele está no topo de um prédio e esbraveja: “Seja feita a minha vontade!”.

Deus nos dá liberdade. Nos dá o melhor. Somos livres pra fazer o que for. Desde que isso não vá contra a vontade de Deus.

Amor não é egocêntrico para que queira ser o centro das atenções. Não podemos amar a Deus e querer que tudo gire ao nosso redor. Neste mundo não podemos ter o que é melhor pois ainda não vivemos no Lar Eternal. Quando Cristo voltar, aí sim, paz finalmente. Até lá, Cristo disse: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33).

É fácil questionar a Deus nos momentos difíceis.E o que nós temos feito? Quero deixar a letra de uma música, interpretada pelo Pr. Fernando Iglesias junto com o áudio. Ouça essa música e reflita.

Na baixa da maré sentado junto a praia, pedi que o mar levasse uma pergunta para Deus,
Senhor será que sabes como é duro aqui viver, sofrer, chorar, ter fome vê queridos a sofrer.
Na areia adormeci e derrepente amanheceu, o sol deu vida a tudo trouxe paz ao coração, senti a brisa mansa o Santo Espírito me encheu, e a voz do mar me trouxe uma resposta do meu Deus.

Refrão:

Meu filho não se esqueça, que na terra eu já vivi, andei com gente humilde com pecadores eu comi.
Passei necessidades senti a dor da traição, o meu poder é de Deus mais é de homem meu coração.

Então chegou a vez do meu Senhor me perguntar será que já pensou como é difícil ser seu Deus, falar pela palavra sem ninguém acreditar, querer falar de perto e ter que usar a voz do mar...

Refrão:

Meu filho não se esqueça, que na terra eu já vivi, andei com gente humilde com pecadores eu comi.
Passei necessidades senti a dor da traição, o meu poder é de Deus mais é de homem meu coração.(BIS)

Ponte:

Ser Deus é ser o Pai que foi traído pelos filhos é dar a salvação a quem deseja se perder.
Eu sei o que ser homem o que ser anjo e ser Deus mais de todas essas coisas a mais difícil é Ser Deus...